sábado, 5 de abril de 2014

Como Trabalhar com Adolescentes?

Tentar entender a cabeça do Adolescente é a chave para se obter sucesso.

Até há bem pouco tempo, a indisciplina e o comportamento emocionalmente instável dos adolescentes eram atribuídos à explosão hormonal típica da idade. Pesquisas recentes mostram, no entanto, que essa não é a única explicação para a agressividade, a rebeldia e a falta de interesse pelas coisas, que tanto preocupam. Nessa fase, o cérebro também passa por um processo delicado, antes desconhecido: as conexões entre os neurônios se desfazem para que surjam novas. Simplificando: o cérebro se "desmonta", reorganiza as partes e em seguida se "monta" novamente, de forma definitiva para a vida adulta.

Entre 13 e 19 anos, é comum os jovens apresentarem reações e comportamentos que independem da vontade deles. Portanto, nem sempre palavras ditas de maneira agressiva ou arrogante são fruto da falta de educação. Para quem convive diariamente com turmas dessa faixa etária em programas sociais ou escolas como eu, que ora parecem estar no mundo da lua, ora com pane no sistema e quer conquistá-las, a saída é agir de forma firme sem deixar de lado o respeito. 

É perda de tempo bater de frente com eles.

A primeira dica para quem trabalha com adolescentes é não tomar para o lado pessoal qualquer tipo de afronta vinda de um deles. Responder a uma provocação no mesmo tom só faz você perder o respeito e a admiração não só dele, mas também do grupo, o que dificultará ainda mais o trabalho. Além disso, ao perceber que nos tirou do sério, o jovem se sente vitorioso e estimulado a repetir a ação. "Educar não é um jogo em que se determina quem vence ou perde", afirma a psicopedagoga Maria Helena Barthollo, do Centro de Estudos da Família, Adolescência e Infância, no Rio de Janeiro. Ela sugere que a luta com a garotada dê lugar a parcerias. Os acordos incluem regras, direitos e limites que valem para todos, inclusive você. 

Deixe o adolescente falar...

O grupo tem que acolher as sugestões dos adolescentes, analisá-las e ver se são viáveis. Assim, eles se sentem considerados, respeitados e valorizados!

Procure saber como eles estão se sentindo, os problemas pelos quais estão passando e como é o relacionamento com a família. Deixe que fiquem à vontade para falar. 

O interesse facilita a aprendizagem

Para percorrer a outra metade do caminho, é preciso ter boas táticas. Uma das melhores formas de ensinar os jovens é fazer do encontros algo bem próximo do mundo deles. Por isso, fique por dentro da onda do momento e aprende parte da linguagem e dos interesses da garotada, assista a programação dirigida aos jovens — para saber as novidades. O adolescente só retém na memória o que chama muito a atenção. E a ciência confirma o que eles concluíram no dia-a-dia. Atividades feitas com base em uma música por exemplo que a galera gosta ou conhece bem, permitem que as informações sejam fixadas na memória com mais facilidade. 

Problemas com a indisciplina

Nem sempre a atitudes inadequadas dos adolescentes são totalmente justificadas pela fase por que passa. Agressividade ou problemas de socialização podem ter causas mais sérias, com as quais o adolescente não sabe lidar. Devemos ficar atento também à vida familiar e social. O jovem não tem um bom rendimento escolar ou em qualquer lugar se os pais o agridem física ou moralmente ou as pessoas de seu convívio. 

Há ainda aqueles que chegam à adolescência com problemas auditivos ou visuais nunca tratados, o que justifica o desinteresse pelas coisas. Nessa etapa da vida, o adolescente aprende a se socializar e a conviver com regras, além de desenvolver a linguagem oral e a psicomotricidade. É fundamental estudarmos a histórico completo deles e estar atento ao que se passa com ele fora da igreja. 

Trabalhar dessa maneira — conhecendo bem o jovem, fazendo pontes constantes entre o mundo jovem e o material a ser analisado e driblando o comportamento agitado da turma — requer comprometimento, planejamento apurado e alto grau de paciência. Para não perder o equilíbrio, as especialistas dão uma sugestão importante: deixe seus problemas do lado de fora das reuniões e não absorva aqueles que surgirem lá dentro. Não é fácil, mas dados os primeiros passos, não só o conteúdo vai ser bem trabalhado como também a formação humana, que justifica a nossa existência.

Desinteresse e Agressividade

O jovem está mais preocupado com a roupa que vai usar do que com os presidentes da época da ditadura. Tente saber o que passa pela cabeça dele e contemple em suas reuniões as dúvidas que traz sobre sexualidade, por exemplo, por meio de dinâmicas, pesquisas ou debates. Para não expor ninguém, procure ter conversas particulares. 

Vandalismo e agressões verbais e físicas, por exemplo, podem ser resposta do jovem ao mundo que o cerca. Cobranças por bom desempenho e por atitudes maduras geram ansiedade e reações inadequadas, já que ele não se sente apto a atender às expectativas. Procure saber que ideia faz de si mesmo e de seu futuro. Se ele encontrar na igreja um local para expressar seus pensamentos e descobrir suas aptidões, o nível de ansiedade e a agressividade diminuem. 

Arrogância e Rebeldia

O adolescente acha que pode tudo. A ideia de que está sempre certo faz com que ele desdenhe do que é dito ou imposto. Em vez de responder à altura, uma boa solução é questioná-lo. Peça que explique o que tem em mente e pergunte porque usou aquele tom de voz. Para responder, ele vai formular melhor os argumentos. Pode ser que reconheça o erro, mas, mesmo se ele mantiver o que disse, já terá ao menos aprendido a se expressar de forma educada. 

Você sugere à turma a apresentação oral de um conteúdo estudado. Responder com um baita "Ah, não!" geralmente é a primeira reação. Os motivos podem ser insegurança ou mesmo uma forma de se auto afirmar frente aos colegas. O problema é quando a negação vem de forma brusca. O melhor a fazer, nesse caso, é não entrar no embate já que o jovem testa os mais velhos para ver até onde pode ir. Ao falar o que é necessário e deixar claro o papel de cada um, você conquista o respeito deles pelo bom exemplo. 

Concluindo a conversa...

O jovem quer experimentar tudo, viver tudo, saber de tudo. Só que tem sempre um adulto dizendo o que ele não pode fazer. Mesmo que essas sejam orientações sensatas, é preciso compreender que sensatez ainda não é uma qualidade que eles valorizam. O adulto é quem impede as coisas que dão prazer. Por isso a resistência ao que vem de nós ou dos pais. Antes de começar a reunião, por que não bater um papo rápido sobre algo que interessa à moçada? Aberto o espaço, os jovens baixam a guarda e percebem que para tudo tem hora.

Se a matéria te ajudou em algumas coisa, passe a diante!

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