domingo, 22 de abril de 2012

Ensinando com arte: uma perspectiva metodológica interdisciplinar

Olha pessoal, esse foi o projeto que utilizei para um de meus estágios na faculdade. Foi muito bom desenvolve-lo na sala de aula do 4º ano na escola Francisco Francelino de Moura. Se você estiver a procura de um tema poderá se espelhar nesse. Aproveitem!

JUSTIFICATIVA

            Tendo em vista o que observei na sala de aula onde irei praticar a docência, cheguei à conclusão de que a carência aponta para a falta de criatividade nas aulas do ensino da arte. Isso ficou claro no próprio discurso da professora colaboradora, quando afirmou não possuir criatividade suficiente para ensinar os seus alunos de forma mais dinâmica. Vendo essa dificuldade e querendo colaborar com a professora titular da sala, resolvi elaborar meu projeto nessa perspectiva, também pelo fato de ser o ensino da arte de extrema importância na formação do ser humano.     
            Estudos já têm comprovado que o ensino da arte oportuniza o desenvolvimento do pensar elaborado e do fazer artístico, pois a arte possui uma característica única de dar sentido às experiências pessoais. Ela envolve o indivíduo não só no fazer artístico como também ensina a conhecer experiênciar e refletir sobre os objetos do cotidiano, a natureza e as produções individuais e coletivas de determinadas épocas e culturas. De acordo com o PCN de arte (1997, p. 19);

A educação em arte propicia o desenvolvimento do pensamento artístico e da percepção estética, que caracterizam um modo próprio de ordenar e dar sentido a experiência humana; o aluno desenvolve sua sensibilidade, percepção e imaginação, tanto ao realizar formas artística quanto na ação de apreciar e conhecer as formas produzidas por ele e pelos colegas, pela natureza e nas diferentes culturas.

            Arte é representação, desde os primórdios que a arte surgiu como uma necessidade, quando o homem quis representar o seu espaço, seu cotidiano, ações, crenças e costumes, registrando nas paredes através de desenhos instrumentos que utilizavam no dia a dia. Essa educação tem ganhado bastante importância quando se fala na formação adequada para a cidadania, ela imprime sua marca ao demandar um sujeito da aprendizagem criador, propositor, reflexivo e inovador. Se hoje o aluno deve ser formado para enfrentar situações incertas e para resistir às imposições de velocidade e de fragmentação que caracterizam a contemporaneidade, a arte pode colaborar bastante nessa formação.
            É o professor quem deve promover o fazer artístico, a reflexão sobre a arte, na construção da identidade artística das crianças e adolescentes que freqüentam a escola, os professores tem um papel de suma importância nesse processo e essa colaboração é ainda maior quando se leva em conta os modos de aprendizagem dos alunos, dedicando o tempo que for necessário para fornecer orientações e conteúdos adequados para a formação em arte, e isso incluem tanto saberes universal quanto os adquiridos no cotidiano.
            A proposta deste projeto visa trabalhar a realidade diagnosticada no estágio de observação, onde foi possível detectar um nível elevado de dificuldade em relação à arte, a ausência do teatro, da música e da dança, pois se percebe que a arte não surge como proposta metodológica, ou seja, não faz parte da rotina do professor e que o ambiente também não favorece a vivencia dos alunos com a arte, com o mundo artístico.
            Diante dessas considerações, este trabalho no estágio supervisionado contribuirá para proporcionar a professora colaboradora uma nova forma de educar. Para isso, serão realizadas atividades artísticas e lúdicas mediadas pela interdisciplinaridade, tendo dentre outros objetivos possibilitar construções de saberes.

PROBLEMATIZAÇÃO

            A proposta metodológica explicitada aqui será desenvolvida na Escola Municipal Francisco Francelino de Moura, na cidade de Patu – RN. O plano de trabalho objetiva atender aos alunos do 5º anos do ensino fundamental, a qual é composta por 25 alunos onde todos já praticam a leitura e a escrita tanto da decodificação de símbolos como de números. As atividades realizadas pela professora colaboradora estão sendo desenvolvidas de uma forma interdisciplinar. Contudo percebe-se uma lacuna no que diz respeito os do ensino da arte. Sobre este ponto surgem algumas interrogações em como amenizar esse problema. O que fazer para se ensinar os conteúdos através da arte e com arte de forma prazerosa?
            Embasados nessa realidade, no estágio supervisionado da docência, orientado por estes questionamentos, o projeto irá abarcar as diversas áreas do conhecimento, como português, matemática, história, geografia e ciências por intermédio da educação artística e da interdisciplinaridade, o qual permeará todas as atividades que serão desenvolvidas com os requisitos necessários ao processo de aprendizagem. Segundo o PCN de arte (1997, p. 49):

A aprendizagem em arte acompanha o processo de desenvolvimento geral da criança e do jovem desse período, que observa que sua participação nas atividades do cotidiano social estão envoltas nas regularidades, acordos, construções e leis que reconhece na dinâmica social da comunidade à qual pertence, pelo fato de se perceber como parte constitutiva desta.

É nessa perspectiva que o trabalho esta sendo fundamentado, não para corrigir o trabalho da professora colaboradora e sim como mais um subsídio que ira ajudar em sua prática pedagógica.
            O trabalho com esse tema dentro de uma perspectiva interdisciplinar facilitará o envolvimento das várias áreas do conhecimento, ofertando uma aprendizagem gratificante e eficaz, tendo em vista que a aprendizagem significativa só ocorre de fato quando há um relacionamento entre os conhecimentos. O trabalho docente a partir da arte numa perspectiva interdisciplinar vem possibilitar diversas situações de vivências.
            É de suma importância estabelecer novas formas de socialização e interação não só com os conteúdos trabalhados na sala de aula, mas também com os colegas, funcionários, professores e com o mundo, sendo esse um dos objetivos a serem alcançados, pois o projeto será todo desenvolvido para ser trabalhado em equipe. É nessa perspectiva que o trabalho irá ser desenvolvido, centrando a ação docente no diálogo sobre os conteúdos, trocando saberes através de brincadeiras educativas, repassando experiências, utilizando o universo da imaginação da criança como meio de ensinar e aprender já que a arte “faz pensar sobre o trabalho artístico que realiza.” (PCNs, 1997, p. 47)
            Portanto esse trabalho tem como suporte o ensino da arte numa perspectiva interdisciplinar, como contribuição ao trabalho da professora colaboradora, contribuindo de forma prática e prazerosa no desenvolvimento das crianças, possibilitando não só a aprendizagem dos conteúdos mas também o desenvolvimento individual e coletivo dos alunos e o relacionamento dos mesmos entre si e com os outros.

OBJETIVOS

            Para que haja um planejamento organizado, se faz necessário definir objetivos a serem alcançados. Será por meio dos objetivos aqui elencados que os alunos poderão assimilar os conteúdos apresentados. A definição tenciona proporcionar certo nível de aprendizagem aos alunos:

Objetivo Geral:
·         Oportunizar condições necessárias ao processo de ensino aprendizagem por intermédio do ensino da arte, levando em conta a proposta interdisciplinar que será trabalhada.

Objetivos Específicos:
·         Utilizar a arte como forma de mediar o ensino aprendizagem;
·         Desenvolver o senso crítico do aluno;
·         Desenvolver a capacidade de interpretar e produzir objetos como brinquedos de forma artística;
·         Privilegiar as construções e a criatividade dos próprios alunos no ambiente escolar.


REFERENCIAL TEÓRICO

            A proposta de trabalho que pretendo desenvolver terá como foco a interdisciplinaridade, tendo em vista que essa postura tem sido bastante discutida no meio acadêmico. Segundo os estudos de Ivani Fazenda, a teoria do movimento interdisciplinar poderia ter sido dividido em três décadas de 70, 80 e 90. Na década de 70 houve uma procura da definição de interdisciplinaridade, já na década de 80, as tentativas giravam em torno de explicitar um método, nos anos 90, a grande busca se dava no âmbito das teorias, a famosa teoriazação do método.
            Apesar de todo esforço para divulgar o método, nota-se no ambiente escolar certo descaso, principalmente no ensino fundamental e médio. Os professores se dizem interdisciplinares, porém nem se quer sabem explicar o conceito. Ela continua sendo uma grande utopia para os educadores que estão em sala de aula, fazem até algumas buscas didáticas, porém acabam desistindo, voltando assim para as antigas rotinas escolares, isso quando nos referimos à grande massa de professores, pois sabemos haver alguns trabalhos excelentes publicados de experiências que deram certo.
            Antes de se tomar essa postura se faz necessário refletir sobre ela, pois é o que norteará todo o projeto. Não basta se ter vontade de praticar a interdisciplinaridade, é preciso um certo desejo político pedagógico que vai além de discursos, Ivani fazenda aborda que:

(...) uma atitude diante de alternativas para conhecer mais e melhor, atitude de espera ante os atos consumados, atitude de reciprocidade que impele à troca, que impele ao diálogo – ao diálogo com pares idênticos, com pares anônimos ou consigo mesmo – atitude de humildade diante da limitação do próprio saber, atitude de perplexidade ante a possibilidade de desvendar novos saberes, atitude de desafio – desafio perante o novo, desafio em redimensionar o velho – atitude de envolvimento e comprometimento com os e com as pessoas neles envolvidos, atitude, pois, de compromisso em construir sempre da melhor forma possível, atitude de responsabilidade, mas, sobretudo, de alegria, de revelação, de encontro, enfim de vida. (FAZENDA, Ivani, 1988, p. 82)

            Uma postura interdisciplinar garante a atuação mediadora do professor que agirá como um facilitador, buscando focalizar o interesse do aluno, facilitando o acesso aos materiais evitando assim a desuniformidade das ações, pois, assuntos compartimentados comprometem o processo interdisciplinar.
            Só podemos pensar na interdisciplinaridade quando se tem comprometimento, não funciona com grupinhos de sujeitos isolados cuja preocupação é com o produto final e não com o processo, algo que se vê nas avaliações de caráter quantitativo. Muito já se disse acerca da interdisciplinaridade. Entretanto, ainda não foi possível formalizar um conceito capaz de unir epistemólogos, filósofos e educadores em torno de um consenso. E será mesmo preciso tê-lo, no momento em que se constata, segundo Japiassú (1996), que a ciência ou algumas teorias científicas renunciaram às pretensões de totalidade e completude, e que a ciência busca a universalidade da prática e não de uma teoria afirmada aprioristicamente. Identifica-se, ainda, que a ciência já não é, em função do processo de disciplinarização, A CIÊNCIA, mas as Ciências Humanas, Sociais, Exatas, da Terra, dentre outros; e já não pretende absolutizar um conhecimento hegemônico. Neste contexto, a ciência não pretende perder de vista a disciplinaridade, mas vislumbra a possibilidade de um diálogo interdisciplinar, que aproxime os saberes específicos, oriundos dos diversos campos do conhecimento, em uma fala compreensível, audível aos diversos interlocutores.

CULMINÂNCIA

            O encerramento compreende o momento de socialização das construções efetivadas no decorrer do projeto. A culminância permitirá apresentar aos alunos e a nós mesmos os resultados dos trabalhos desenvolvidos durante os dez dias de docência.

·         Reflexão;
·         Oração;
·         Roda de conversa sobre as atividades realizadas durante as semanas de estágio;
·         Lançamento do livro de artes;
·         Festinha de encerramento.

9 – RECURSOS

            Os materiais didáticos são de fundamental importância para a execução da prática docente, pois para uma aula ser interessante é preciso buscar diversas fontes de ensino para motivar a aula.
            Diante disso, trabalharei com os seguintes recursos didáticos:

  • Livro didático;
  • CDs;
  • DVDs;
  • Som;
  • Cartazes;
  • Livros paradidáticos;
  • Papelão;
  • Lápis;
  • EVA;
  • TNT;
  • Materiais diversos: papel ofício, cartolina, papel madeira, lápis de cor, tesoura, cola, etc.



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